quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Beeeem legal



Um belo trabalho produzido pelo www.diario.com.br que vale a visita e o registro de seu amor por Lages

Lages 244 anos clickrbs

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Eu nunca tive um Barbie. Ao invés de uma bonequinha loira de cintura fina, meu brinquedo favorito era o Fofão, que ganhei por volta dos seis anos. Era o meu orgulho, afinal eu o escolhi e também foi minha a decisão de levá-lo ao jardim de infância no dia do brinquedo. Essa parte não foi muito legal, pois o chamaram de boneco feio, nariz de porco. O guardo comigo até hoje, mas dentro do guarda-roupas, pois a minha filha de cinco anos tem medo dele.

Às vezes, tenho pensado que minha mãe deveria ter me dado uma Barbie, mesmo sem eu pedir. Poderia ter servido como um importante referencial feminino: linda, dócil, meiga, que sonha se casar com o Ken e ser feliz para sempre. Ela vive em um mundo mágico, gosta de festas e viagens. Está sempre de unhas feitas, cabelo e maquiagem impecáveis.

Ao invés disso eu gostava do fofão, que na época chegaram a dizer que ele tinha um pacto com o demônio e que dentro dele havia uma espada. Brinquei pouco de boneca ou casinha, de médico então nem pensar, mas talvez devesse ter brincado de Barbie. Ah, e minha filha de cinco anos, sim ela tem várias Barbie’s, e embora não eu não tenha muita habilidade para brincar de boneca com ela, assistimos juntas aos filmes da boneca mais pop do universo e confesso que tenho aprendido algumas coisas bem legais, principalmente sobre convívio social.

Abaixo ao toc toc

De estatura alta ou baixa, toda mulher sabe o valor de um salto alto. Alonga a silhueta, confere uma postura e um andar mais sensual, desde é claro, que pareça um movimento natural da mulher. O que não é tão simples. Fatores como filhos pequenos, ônibus, trajetos longos de caminhada, clima, humor, entre outros, interferem na escolha. Talvez isso também explique porque precisamos de tantos modelos.

Mas embora seja uma usuária, quase dependente de salto alto, tem algo que me irrita profundamente. É o tal do toc toc do salto alto. Na maioria dos casos, se resolveria com uma simples troca de “taco”, que normalmente é de plástico por um de borracha e que não altera nada a estética do sapato.

Mas não é apenas isso, quando ouço um toc toc, não aquele suave, até mesmo misterioso, me refiro àquele estridente e marcado, isso me remete a agressividade, falta de feminilidade. A elegância e o bom gosto de uma mulher, seja através da roupa, da bolsa ou do sapato, não está apenas na escolha da marca ou modelo, mas no uso que faz dele.

Visão de homem público

Eu ainda era criança quando conheci Luiz Henrique da Silveira. Ele participava de quase todos os almoços da igreja que minha família freqüentava. Não que ele fosse luterano, mas era um político. Simpático, de bigode, trajando uma camisa de seda estampada.

“O homem que fez a ponte do trabalhador”, dizia meu pai. Passados mais de trinta anos do primeiro mandato como prefeito de Joinville, LHS retomou as obras de um teatro inacabado e construiu o Centro de Eventos Cau Hansen e trouxe para o Brasil, mais precisamente para Joinville, o balé Bolshoi, uma das principais companhias do mundo, mas cujo comentário geral era que estava falida na Rússia.





Mas, a escola, segundo LHS, seria apenas uma das molas propulsoras daquilo que ele dizia ser uma das vocações de Joinville, o turismo de eventos. Algo que soava estranho para nós joinvilenses. Afinal, o título de “cidade dos príncipes”, “das flores” e das “bicicletas” parecia não combinar muito com uma cidade eminentemente industrial, sem atrativos nem para turistas, tampouco, para os próprios moradores.

Todavia, os eventos começaram a acontecer, em seguida se instalaram inúmeros hotéis, aumentou o número de bares e restaurantes e a “cara” da cidade começou a mudar.


A “cara” e o modo de se vestir de LHS também mudaram bastante. Há alguns anos ele tentou tirar o bigode, mas não deu certo, houve praticamente um apelo popular para que o adotasse novamente.

Ele continua simpático, mas com a aparência mais cansada, o que é natural pela idade. Certa vez, quando já era governador, ao participar de uma homenagem na Câmara de Joinville, LHS parecia que estava cochilando na mesa de autoridades. Rabiscava de vez em quando algumas palavras em um papel, mas parecia alheio a cerimônia. Quando lhe concederam a palavra, ele recitou uma poesia, que acabara de escrever. Então, passados alguns anos, quando ele repetiu o mesmo gesto na minha formatura, não me surpreendi com um discurso que, da mesma forma que ocorreu com a poesia, deixou todos boquiabertos.

Fiz todo esse preâmbulo, pois embora não tenha LHS como um ídolo, nem ideal de modelo político, o vejo como um líder, obstinado, articulado, focado e que como poucos sabe conduzir sua vida política. Ao ler um artigo, de sua autoria publicado na edição de domingo do A Notícia, tive mais uma demonstração disso. Um político deve pensar grande, querer ir longe, mas sem nunca desviar os olhos dos problemas de sua cidade.