terça-feira, 16 de novembro de 2010

Visão de homem público

Eu ainda era criança quando conheci Luiz Henrique da Silveira. Ele participava de quase todos os almoços da igreja que minha família freqüentava. Não que ele fosse luterano, mas era um político. Simpático, de bigode, trajando uma camisa de seda estampada.

“O homem que fez a ponte do trabalhador”, dizia meu pai. Passados mais de trinta anos do primeiro mandato como prefeito de Joinville, LHS retomou as obras de um teatro inacabado e construiu o Centro de Eventos Cau Hansen e trouxe para o Brasil, mais precisamente para Joinville, o balé Bolshoi, uma das principais companhias do mundo, mas cujo comentário geral era que estava falida na Rússia.





Mas, a escola, segundo LHS, seria apenas uma das molas propulsoras daquilo que ele dizia ser uma das vocações de Joinville, o turismo de eventos. Algo que soava estranho para nós joinvilenses. Afinal, o título de “cidade dos príncipes”, “das flores” e das “bicicletas” parecia não combinar muito com uma cidade eminentemente industrial, sem atrativos nem para turistas, tampouco, para os próprios moradores.

Todavia, os eventos começaram a acontecer, em seguida se instalaram inúmeros hotéis, aumentou o número de bares e restaurantes e a “cara” da cidade começou a mudar.


A “cara” e o modo de se vestir de LHS também mudaram bastante. Há alguns anos ele tentou tirar o bigode, mas não deu certo, houve praticamente um apelo popular para que o adotasse novamente.

Ele continua simpático, mas com a aparência mais cansada, o que é natural pela idade. Certa vez, quando já era governador, ao participar de uma homenagem na Câmara de Joinville, LHS parecia que estava cochilando na mesa de autoridades. Rabiscava de vez em quando algumas palavras em um papel, mas parecia alheio a cerimônia. Quando lhe concederam a palavra, ele recitou uma poesia, que acabara de escrever. Então, passados alguns anos, quando ele repetiu o mesmo gesto na minha formatura, não me surpreendi com um discurso que, da mesma forma que ocorreu com a poesia, deixou todos boquiabertos.

Fiz todo esse preâmbulo, pois embora não tenha LHS como um ídolo, nem ideal de modelo político, o vejo como um líder, obstinado, articulado, focado e que como poucos sabe conduzir sua vida política. Ao ler um artigo, de sua autoria publicado na edição de domingo do A Notícia, tive mais uma demonstração disso. Um político deve pensar grande, querer ir longe, mas sem nunca desviar os olhos dos problemas de sua cidade.

Um comentário:

  1. Bom dia! Gosto de Joinville, as vezes ando por lá, tenho amigos lageanos que moram na cidade, por pouco nesse feriadão não fui lá. As loiras são exigentes, o potencial da cidade causa inveja, eu diria que Joinville tem o tamanho ideial. Quem sabe, antigamente os moradores de Joinville tivessem claro que havia uma dívida, afinal, os imigrantes chegaram graças a cortesia de uma Princesa que fez generosas doações de terras, o que facilita a vida de qualquer um. Claro que as terras foram bem utilizadas. Acho dificil debater LHS(como os de fora de Joinville conhecem ele) com quem é de Joinville, sem dúvida conduz como poucos sua carreira politica, ele faz politica como poucos. Minha crítica aos politicos vem do fato de que eles separam-se da politica, parece existir o cidadão e o politico na mesma pessoa, não pode haver essa separação. A maioria deles e delas são pessoas sensacionais, inteligentes etc...mas como politicos agem de forma oculta, sempre com interesses pessoais, vivem de conchavos, pensam apenas na própria sobrevivência. Como politicos não colocam em prática os príncipios que possuem quando atuam como empresários, pai, mãe, filho, médico...esse é o problema.Alexandre

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