sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ler é perigoso

Desenvolvi o gosto pela leitura lendo gibis. Era viciada em Tio Patinhas, Mickey, Maga Patalógica, Tico e Teco e outros mais. Até que minha mãe começou a comprar gibis do super-homem e outros heróis masculinos. O desinteresse foi imediato. Mas até hoje guardo a maioria deles e toda vez que tento reler, a emoção não volta.

Por volta dos doze anos descobri Ágatha Christie e os romances policias. Nessa mesma época influenciada pelos filmes do Indiana Jones, decidi que me tornaria uma escritora de romances. Imaginava até mesmo a repercussão dos meus livros na imprensa “mundial”, com direito a seqüestro por um xeique apaixonado, comoção popular e tudo mais. Corta. Graças ao bom Deus, ao bom senso e a uma professora de história, por volta dos 14 anos comecei a ler biografias: Olga Benario, Sartre, Mahatma Gandhi, Che Guevara, entre outros. Me filiei a União da Juventude Socialista, li muito Karl Marx e decidi que faria a faculdade de sociologia.

Entre os 16 e os 20 anos, achei que precisava de livros de auto-ajuda para superar conflitos de ordem sentimental, intelectual e existencial. Eu era alguém a procura de um príncipe encantado ou um companheiro de luta?
Uma lunática, vaidosa e consumista, ou alguém comprometida e com vocação para estudar e defender causas sociais?

Superado alguns destes conflitos e ouvindo outras opiniões, percebi que através do jornalismo poderia conciliar vários interesses escrevendo. Poderia me tornar uma jornalista do factual, do buraco de rua, falar de cultura política ou futebol, trabalhar com pesquisas ou escrever livros. A faculdade foi um oásis do saber. Não estava mais perdida e compreendi como a leitura orientada e discutida gera conhecimento sólido e transformador.

Quando você acha que finalmente cresceu e amadureceu, a vida lhe testa novamente. Te sacode, te empurra, te provoca. Talvez seja isso que nos torne eternos, finitos, inacabados.




Um bom final de semana!
Posso estar equivocada ou com a visão distorcida, entretanto, toda vez que olho para este prédio imagino uma biblioteca ou mesmo um espaço cultural. É na praça em frente à Catedral. Um local privilegiadíssimo, por onde circulam inúmeros turistas....


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Preservação e identidade_2

Para ilustrar a idéia de preservação, seguem três exemplos do que poderiam ser belas fachadas












Memória e identidade

Catedral, Tanque, Morro da Cruz ou alguns monumentos, como o Carro de Molas na praça do terminal de ônibus. Estes são alguns dos pontos turísticos mais fotografados por turistas para retratar a cidade de Lages.

Entretanto, uma outra experiência, necessária principalmente para quem mora em Lages é observar a fachada dos prédios no centro, olhando para cima.

Isto porque, na altura dos olhos vemos placas, postes e fios que escondem traços de uma arquitetura simples mais requintada: a art déco

O estilo, que predomina em inúmeras construções, foi tema de um projeto intitulado “Levantamento da arquitetura Art Déco em Lages", coordenado pela Profª. Zilma Isabel Peixer da Uniplac e executado em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina. Segundo a pesquisa, a presença do Art Déco em Lages se registra a partir da década de 30, com o processo de urbanização da cidade.

Um destes exemplares é o Teatro Marajoara:










O projeto identificou 33 edificações representativas dessa arquitetura no centro e assinala a importância da discussão e a necessidade da preservação do patrimônio histórico e arquitetônico.

Isto porque, mais do que um importante atrativo turístico, representa a preservação da memória do lageano. Lembranças de uma infância, da juventude, dos tempos áureos do ciclo da madeira, dos cassinos, dos teatros, dos bordéis com paredes revestidas com tecido de veludo...

Grande parte disso já perdeu, ou melhor, está apenas na memória de quem teve o privilégio de viver esta época...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lages para Sempre

Eu já tinha ouvido falar em Fábio Bruggemann, mas não sabia que ele era lageano. Escritor, diretor de filmes e editor. Dirigiu – literalmente - e “estrelou” ao lado de Salim Miguel o documentário “Viagens a Biguaçu”. Tem diversos livros publicados, entre eles, “A lebre dói como faca de ouvido”, que foi citado pelo prêmio nobel de Literatura, José Saramago em uma de suas obras. Mora desde os 20 anos em Florianópolis e há oito escreve uma coluna semanal no Diário Catarinense. Na sexta-feira, 29, gravamos o programa Lages para Sempre. Se fosse possível resumir: uma pessoa simples, cordial e acessível. Um lageano, quase manézinho, tropeiro das palavras.




O programa Lages para Sempre, é exibido na TV Câmara, canal 27 da net e pelo site: www.camaralages.sc.gov.br e também as terças-feiras, a partir das 23h na TV Araucária, sinal aberto, com reprise aos sábados as13h30.

Tristeza não tem fim...




O sonho do retorno do Leão da Serra na disputa dos clássicos catarinense acabou. Os lageanos, ou melhor, os torcedores do Inter de Lages assistiram em casa, no sábado, a derrota contra o Guarani de Palhoça. Na terça, contra o mesmo Guarani, o derradeiro suspiro. Destaque no jogo de sábado para o mesmo trio ternura de arbitragem que apitou o jogo contra o Caxias de Joinville, com o seu José Acácio apitando o jogo a distância, pois estaria contundido e sua Luisiana levando um tombo ao tentar retornar ao meio de campo depois do gol do Inter. Mas o melhor de tudo, que valeu mesmo a ida ao estádio foi acompanhar a despedida do sol. Esse sim foi um grande espetáculo.


Dias de sol nessa longa estrada da vida

Melhor do que dirigir numa tarde ensolarada de domingo é fazer isso numa segunda-feira de folga. É bom ter um destino, mas desfrutar do caminho é ainda melhor. Nem sempre, ou melhor, na maioria das vezes, é possível para quem dirige se ater aos detalhes do percurso, até mesmo por questão de segurança.




Mas se pudesse fazer uma analogia, diria que é como observar uma pintura. Um gesto que não requer conhecimentos técnicos ou específicos, mas sim um estado de espírito, quando aquilo que para muitos pode passar despercebido ou não ter nenhuma significação, em você provoca uma emoção particular, única e intransferível. Isso também me remete a música. Certamente, vários fatores sociais e culturais influenciam o gosto musical, entretanto, ainda que um estudo tenha apontando que o gosto musical revelaria a classe social do indivíduo, é a música que aproxima as pessoas e quebra padrões ou níveis, sejam eles, sociais, culturais ou econômicos.




Pense num churrasco com amigos numa tarde de sábado ou domingo de verão: caipirinha, cerveja gelada e.., por que não um pagode? Pode ser um Martinho da Vila, Fundo de Quintal, Leci Brandão ou Revelação. Pode ser um samba de breque, partido alto, samba-enredo, samba-rock ou samba de raiz. O que faz a diferença é o envolvimento e a alegria das pessoas. Estar à vontade, entrosado e quem sabe até ensaiar um passinho de dança. Isso vai tornar inesquecível este encontro e render algumas histórias. Porém, você pode perder o prazer de desfrutar todo o resto deste contexto por preconceito ou intolerância.



Gostaria de ver ao vivo o show de Paul Maccartney, afinal, uma oportunidade como essa é rara, entretanto, me emociono ouvindo o último
cd da dupla Milionário e José Rico. E não me sinto pior ou melhor por isso. Um dia já fui assim. Mas nos últimos tempos, até mesmo dirigir numa segunda-feira, me faz sentir um pouco mais livre.



Associação dos Pais e Amigos dos Autistas de Lages



No próximo domingodia, 07 de novembro, a AMA, Associação dos Pais e Amigos dos Autistas de Lages realiza um almoço beneficente. Os ingressos podem ser adquiridos junto a diretoria através dos telefones 32240449 / 99782248/ 84041829, com Josiane ou Mario, ou nos telefones 84353994, Moacir ou Mara, 32230241 / 99260430-Eva ou Osmarino ou 99164198, Joaquim Oneide ou Sirlei. E também nas Lojas Franco Giorgio, Estação Criança, na Radio Clube de Lages(Dico ou Silva Muller) , TV Araucária(Cris) e no DCE e Centro Acadêmico de Direito da Uniplac.







Há quatro anos, a AMA localizada ma rua Melvin Jones, 30, no bairro Vila Nova, oferece atendimento pedagógico, psicológico, social, médico, terapêutico, fonoaudiológico e fisioterapeutico para 28 alunos (crianças, adolescentes e adultos)matriculados, e outros quatro com atendimento domiciliar. A instituição mantém convênio com a Fundação Catarinense Especial, que disponibiliza professores para atendimento pedagógico. A equipe ténica é formada por um assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional,psiquiatra, fisioterapeuta e fonoaudióloga, com recursos da AMA, através de campanhas de divulgação e doações, e também com recursos do Sistema Único de Saúde, o SUS.

Divulgue e Participe!