quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dias de sol nessa longa estrada da vida

Melhor do que dirigir numa tarde ensolarada de domingo é fazer isso numa segunda-feira de folga. É bom ter um destino, mas desfrutar do caminho é ainda melhor. Nem sempre, ou melhor, na maioria das vezes, é possível para quem dirige se ater aos detalhes do percurso, até mesmo por questão de segurança.




Mas se pudesse fazer uma analogia, diria que é como observar uma pintura. Um gesto que não requer conhecimentos técnicos ou específicos, mas sim um estado de espírito, quando aquilo que para muitos pode passar despercebido ou não ter nenhuma significação, em você provoca uma emoção particular, única e intransferível. Isso também me remete a música. Certamente, vários fatores sociais e culturais influenciam o gosto musical, entretanto, ainda que um estudo tenha apontando que o gosto musical revelaria a classe social do indivíduo, é a música que aproxima as pessoas e quebra padrões ou níveis, sejam eles, sociais, culturais ou econômicos.




Pense num churrasco com amigos numa tarde de sábado ou domingo de verão: caipirinha, cerveja gelada e.., por que não um pagode? Pode ser um Martinho da Vila, Fundo de Quintal, Leci Brandão ou Revelação. Pode ser um samba de breque, partido alto, samba-enredo, samba-rock ou samba de raiz. O que faz a diferença é o envolvimento e a alegria das pessoas. Estar à vontade, entrosado e quem sabe até ensaiar um passinho de dança. Isso vai tornar inesquecível este encontro e render algumas histórias. Porém, você pode perder o prazer de desfrutar todo o resto deste contexto por preconceito ou intolerância.



Gostaria de ver ao vivo o show de Paul Maccartney, afinal, uma oportunidade como essa é rara, entretanto, me emociono ouvindo o último
cd da dupla Milionário e José Rico. E não me sinto pior ou melhor por isso. Um dia já fui assim. Mas nos últimos tempos, até mesmo dirigir numa segunda-feira, me faz sentir um pouco mais livre.



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