sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Um professor, muitas lições de vida

Hoje é o Dia do Professor. Isso remete a uma comemoração. Paro por um instante para lembrar das pessoas que numa sala de aula transformaram minha vida e contribuíram para aquilo que sou hoje.

A primeira professora, de estatura baixa, vestida sempre muito elegante e com salto alto. Era tão delicada e amorosa, me ensinou a ler poesias e participar de concursos.

Lá pela quarta série, quando eu já era apaixonada pelo Indiana Jones e sonhava me tornar uma escritora de romances, daqueles com uma foto de chapéu e lenço na contra-capa do livro, bem, essa professora me ensinou da maneira mais dura o que era um plágio. Vou contextualizar.

Desde o jardim de infância éramos três amigas inseparáveis: brincávamos juntas, gostávamos do mesmo menino e, claro, os trabalhos de aula eram feitos em conjunto. Pois bem, a lição naquele fatídico ano era escrever um livro. E como eu sonhava ser uma escritora, assumi a responsabilidade. Mas adivinhe, a tal inspiração não vinha e imaginando ter encontrado uma história incrível, que ninguém iria suspeitar, copiei na íntegra a história da velhinha contrabandista. Aquela que passava diariamente pela alfândega de motocicleta e o fiscal não conseguia descobrir o que a velhinha contrabandeava. Até que enfim, quando o fiscal que estava prestes a se aposentar implorou que contasse e ela confessou que eram lambretas.

Pois bem, no dia da apresentação dos grupos, a professora perguntou quem havia escrito a tal história e após a minha manifestação, disse em alto bom som: a história é muito boa, mas eu já a conheço há muito tempo.

Imaginem que além do constrangimento público, estava em risco a minha relação com as minhas melhores amigas, que claro, não as recrimino por isso, não aceitaram refazer o trabalho comigo. O final dessa história é que escrevi “O sonho de Fabiano”. Porém, após a correção a professora não me devolveu, pois havia encaminhado a biblioteca para ver se eu havia copiado o texto de algum livro de tão bom que havia ficado. É aquele ditado, muitas vezes, a gente só tem uma primeira chance de impressionar.

Um comentário:

  1. Eu conheço a história da velhinha... é Stanislaw Ponte Preta né? Mas fiquei curiosa mesmo foi para ler O Sonho de Fabiano ;)

    Gostei do blog, vida longa a ele! um beijo

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