terça-feira, 19 de outubro de 2010

A função da palavra

Espero que não seja semelhante ao começo de um namoro novo. Daqueles que a gente tem ou procura assunto pra conversar o dia inteiro. Mas a verdade é que se até alguns dias eu me queixava da falta de assunto pra colocar o blog no ar, a vontade de escrever agora borbulha. Ao mesmo tempo é uma forma de comprometimento com a atualização, afinal agora tornei público o meu olhar sobre a cidade. É como parar de fumar, você conta para muitas pessoas e se assim aumenta o compromisso, pois pegarão no seu pé se tiver uma recaída. Eu adoro uma analogia.



Mas enfim, escrevo justamente para tratar da função da linguagem. Sobre o quanto a língua escrita nos permite expressar aquilo que nos é mais intimo e singular. É perceber que escrevendo criamos uma outra identidade, não idealizada ou forjada. Na busca desta identidade, a escolha das palavras envolve uma relação de respeito, de cumplicidade e até mesmo de devoção. Entretanto, concluo citando Paulo Freire: “na verdade, o domínio sobre os signos lingüísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o procede – a da leitura do mundo”.

2 comentários:

  1. Hey, adorar analogias é fomento pra inspiração e também pode quebrar paradigmas de que função de linguagem possa ser só mais uma matéria chata das aulas de Línguas. A leitura do mundo pode até ser fácil de ser realizada, mas são poucos que conseguem transformá-la em algo para ler e que agrade aos olhos. Parabéns pelo blog K!
    Fabrício Furtado.

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