terça-feira, 19 de outubro de 2010

Vários olhares sobre a cidade

Hoje pela manhã, ao acessar o blog do Barão, antes mesmo de acessar o meu blog, fiquei surpresa e muito feliz pela referencia ao “Um olhar sobre a Cidade”. Ocorre que desde o início das atividades de bloguistas como Milton Barão, Edson Varela, Paulo Chagas e Olivete Salmoria, tornou-se um hábito acessá-los diariamente. E mais de uma vez ao dia, não apenas para manter-me informada, pois tornou-se uma importante ferramenta de trabalho.





O que me chama muito a atenção é o fenômeno que se tornaram os blogs em Lages. Há cerca de três meses ao reencontrar colegas jornalistas e, muitos deles atuando no setor público, questionei quais os blogs mais acessados em Joinville. Me surpreendi ao saber que não existem nomes que se destaquem, nem mesmo aqueles já renomados nos comentários políticos.

Cabe destacar que embora Joinville seja uma cidade que cresce a passos largos, cheia de oportunidades no setor industrial, que procura por mão de obra qualificada, o setor da comunicação é extremamente limitado.

Para exemplificar, no setor impresso, após a venda de um dos maiores e mais respeitados jornais catarinenses, o A Notícia para o grupo RBS, muitas vezes tem-se a impressão que estamos lendo o Diário Catarinense.

Será que falta noticia ou dinheiro para o setor comercial, ou ainda, profissionais para atuarem? O que me parece um contrassenso ao mesmo tempo me remete para algo que vivenciei em casa e mais tarde pude compreender na faculdade: nos estados do sul, sobretudo, os de colonização italiana e alemã, o conceito de trabalho é o pegar na enxada, o chamado trabalho pesado, enquanto que nos estados do norte e nordeste o conceito de trabalho se estende livremente a produção de música, poesia e literatura. Por isso, dizia uma professora, enquanto nós achamos que eles “vivem as nossas custas”, eles estão produzindo cultura e nos abastecendo. Quando digo que vivi isso em casa, é porque muitas vezes minha mãe ao me ver lendo um livro dizia: minha filha, não tens nada o que fazer, vá trabalhar. Ler, escrever, refletir: isso também é trabalho.


Um comentário:

  1. Por sinal faz muita falta um jornal de circulação estadual forte, que não fosse do Grupo RBS. Como dizem "pior do que não ler um jornal, é ler sempre o mesmo". Sei que temos alternativas, mas o jornal impresso ainda é aquele que chega à todos os rincões, ou que fica exposto em um consultório durante o dia todo...a internet, por exemplo, embora tenha dado uma velocidade jamais pensada para a informação, também a individualizou, elitizou. Não posso deixar meu computador exposto em um consultório...(é uma opinião empirica). Também é sempre bom ver alguém reconhecer o valor cultural do nosso norte e nordeste, Paulo Freire agradece. Alexandre

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