segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um dia de domingo

Ontem foi um dia muito esquisito. A começar pelo horário de verão. Não é fácil a adaptação nos primeiros dias, ou melhor, no primeiro mês. Aparentava ser mais um dia chuvoso em Lages, mas o tempo mudava, alternando chuva e aberturas de sol.

À tarde, no estádio Vidal Ramos mais um jogo do Internacional, desta vez contra o Caxias, de Joinville. Confesso que achei que ficaria dividida na torcida. Mas se normalmente fico em dúvida em coisas simples, como a marca da margarida ou do café, me orgulho de não ser imparcial em questões como futebol ou política.

Por mais que a tal imparcialidade seja defendida como bandeira do jornalismo, não acredito que isso exista de fato. Porém, carrego pra a vida algo que aprendi na faculdade: “um publicitário nasceu para agradar alguém todos os dias, já o jornalista nasceu para desagradar alguém todos os dias”. Traduzindo, se o meu coração determinasse, poderia até apanhar da torcida do Inter, mas vibraria com o Caxias. Porém, não foi o que aconteceu.

Depois de acompanhar o primeiro jogo de retorno do Leão da Serra ao campeonato catarinense, ainda que na terceira divisão, me tornei uma colorada. Não pelo futebol que tem se visto em campo, mas pela historia do Inter, campeão catarinense de 65. O Inter do Zezé, do Anacleto, do Mauricio, do Brequinho e de tantos outros, muitos anônimos, movidos pela paixão.


Bem, falando em paixão voltemos ao jogo de domingo. Antes do início da partida, em entrevista a uma rádio, o árbitro afirmou ao repórter que onde ia levava a Luisiana. Confesso que não entendi bem o que significava tal declaração, poderia ser uma expressão “futebolística”, mas em seguida ele explicou que se tratava de sua namorada, a bandeirinha do jogo. E continuou, dizendo que a relação de confiança auxiliava na condução do jogo. O mesmo declarou Luisiana, dizendo ainda que, aprendia muito com ele.

Daí, mais uma vez me questionei: paixão e imparcialidade combinam? Mas é necessário dizer, que embora não entenda praticamente nada de regras de arbitragem, foi um jogo justo sob esse aspecto. O que não foi justo com a alegria e empolgação da torcida colorada foi o desempenho do Inter que no primeiro tempo atacou o tempo o todo e fez jogadas singulares, desarmando completamente o time adversário. O primeiro tempo terminou em zero a zero, com um “selinho” em campo entre o árbitro e a bandeirinha.

O Inter, sem o respaldo do técnico expulso no primeiro tempo voltou irreconhecível. O Caxias marcou três gols apenas nos primeiros 16minutos e o placar final resultou em cinco contra um gol de misericórdia do Inter. Mas nem todos os torcedores que pagaram para assistir o jogo viram o gol do Inter, pois as arquibancadas já estavam praticamente vazias. É paixão tem disso, às vezes causa um alvoroço, mas quem disse que a gente abandona. Sábado tem jogo em Caçador. Dá-le Inter.

Um comentário:

  1. Isso que é um olhar diferenciado... Não tinha pensando nessa da arbitragem sob esse ponto de vista, e também ouvi a declaração do Acácio. Muito bom o blog, vida longa a ele.

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