quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Lages abaixo de chuva

Eu gosto muito de chuva. Ela me inspira, não para dormir ou ficar em casa comendo. Não, a chuva me inspira a possibilidade da vida que nasce, que brota, que se renova não só para o natureza mas para o homem. A chuva é poética, romântica, fértil. Mas às vezes desviamos nosso olhar disso tudo e ficamos esperando a chuva passar. É um desperdício, mas enfim, somos demasiadamente humanos para nos darmos conta disso o tempo todo.

Posso dizer que tenho o privilégio de ver da janela de casa, uma das vistas mais lindas de Lages. Faça chuva ou sol o Tanque é um lugar especial. É democrático, atrai turistas e famílias de todas as classes sociais. Um lugar para passear, namorar, tirar fotos, andar de pedalinho. Mas infelizmente também sido um local usado por adolescentes, na grande maioria, praticar atos de deliquencia. Às vezes fico observando e não entendo as provocações para briga, o uso de drogas a luz de dia, como uma tentativa de afirmação. Eles andam e se vestem de maneira parecida, mas não parecem ter uma identificação. Não são um grupo, ou gangues, ainda. Não existe um policiamento constante, mas pelo fluxo de pessoas, poderia haver uma base da policia no Tanque. Assim como um centro cultural, com um cybercafé, uma banca de revistas, um espaço para exposição e venda de artesanato, e que fosse aberto diariamente, especialmente nos finais de semana e feriados. Isso daria mais vida ao Tanque mesmo em dias de chuva.

Outra situação que requer um olhar diferente, em dias de chuva é o trânsito. No caso de Lages, não se pode afirmar que vivamos diariamente um caos no trânsito. Há sim, alguns locais que concentram um fluxo maior, observo que talvez se as pessoas buscassem rotas alternativas, até mesmo pra sair da rotina, diminuiria em muito o problema. Mas dirigir em Lages em dias de chuva, requer paciência. Isso que na área central os carros não dividem a pista com os ônibus circulares, o que é um problema nas grandes cidades.

Interessante também observar que em dias de chuva o centro da cidade também se transforma. No calçadão, os bancos da praça ficam vazios e me pergunto para onde vão os grupos de senhores que costumam se encontrar para observar e comentar as notícias da cidade. Por não termos bares ou cafés que funcionem como um ponto de encontro para um bate papo, eles vão para baixo das marquises. Que desperdício. Agora sim, devo confessar me vem a imagem e o desejo de um café expresso bem quentinho, um pedaço de torta e uma conversa fiada no final de uma tarde chuvosa.


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